quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Algumas lições de vida.

Uma amiga compartilhou este texto e achei muito verdadeiro.



Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade:
1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, dê somente, o próximo passo, pequeno.
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.
9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é
a jornada deles.
os lugares.
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente."


14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrica agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34.. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!


Acrescento que viver o presente é uma das maiores dificuldades das pessoas hoje em dia. As pessoas querem coisas do futuro e não trabalham para criá-las. Todo mundo quer a felicidade mas poe a felicidade no ponto que não existe: "quando eu tiver aquele carro ou quando fizer aquela viagem."
Então, valorize sua saúde, valorize o que você tem agora, não guarde coisas para momentos especiais, faça o momento especial. 
E se eu puder te dar um conselho: ligue aquela música que você mais gosta e ouça como se fosse a ultima vez!

No Psicologia na Sala de aula há dicas para o sucesso profissional.

Desejo um Natal Próspero e um ano de 2015 cheio de realizações.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Mãe surda, filhos ouvintes.


Uma das coisas mais desejadas na minha vida sempre foi a maternidade. Apesar de as pessoas não falarem, sei que pensaram e temeram que eu teria filhos surdos. Filhos. Por mim seriam 4, nunca me importei como eles seriam, mas me contentei com 2. Duas crianças que escutam muito bem, um menino e uma menina.
A maternidade ao mesmo tempo que me realiza expõe minha deficiência, preciso a todo momento pedir que meus filhos não fiquem na sala querendo contar as coisas enquanto estou  na cozinha. Percebo que no carro falam menos comigo do que quando estão com o pai, porque sei que respondo menos. Preciso repetir um trilhão de vezes o que tenho nos ouvidos, para que servem e que eles não precisam de aparelhos auditivos porque escutam bem. Já me senti frustrada por não saber responder que barulho eles estavam escutando, meu filho, principalmente, muito ligado aos sons sempre pergunta sobre os barulhos que muitas vezes não estou escutando.
Uma coisa que as pessoas não sabem sobre um deficiente auditivo é como a vida é tensa. Pelo menos para mim sempre foi. Sempre fui acusada, e muitas vezes justamente, por entender as coisas errado, já estava pensando em pedir para protocolar tudo o que as pessoas diziam. (RS)
Então ouvir e entender é tenso.
Viver é tenso.
Ser mãe é muito tenso.
Quando meu filho nasceu, fiquei sozinha na maternidade por falta de entendimento de direito ao acompanhante, quando levaram o bebe para a mamada da madrugada não desgrudei do meu AASI. Nem dormi direito a noite. Na verdade eu nunca mais dormi direito, quando voltei para casa e estava sozinha ia dormir no quarto do bebe para poder ouvi-lo, e contrariando o que algumas pessoas pensavam, acho que eu tenho me saído uma ótima mãe. Na verdade, ninguém nunca me disse que eu não seria boa mãe, mas eu pegava algumas sutilezas na conversa alheia. Coisas do tipo: “eu preciso cutucar, se não ela não acorda” e/ou “e se não tivesse eu quem chamaria?”, ou ainda uma preocupação de não me deixarem sozinha, principalmente com os bebes. Eu sei que existem mães que são completamente surdas e os filhos estão bem, se tem ajuda, não sei, mas espero que não tenha havido esse papo preconceituoso e diminutivo da capacidade de maternar. E confesso que no primeiro filho fiquei tão tensa com toda a novidade do bebe que muitas vezes eu precisei mesmo é que alguém ficasse com o bebe ao invés de me cutucar. Afinal, trocar fraldas, amamentar, fazer dormir um bebe que dorme pouco já tenso, quando as pessoas esperam que você não vai ouvir o bebe é mais tenso ainda. E a babá eletrônica ajuda, mas nem sempre.
E não sei porque me preocupei de mostrar as pessoas de que eu podia, se eu sempre soube que poderia. E em parte a surdez não me atrapalhou, pois o bebe novinho é uma situação nova, tensa, me lembro de no primeiro filho mal dormir, mal me alimentar, mal tomar banho. Coisas que com o segundo bebe mudei um pouco, a vida já estava tão loca com 2 crianças que não dava para ficar sem tomar banho, sem comer direito ou sem dormir. Nunca quis deixar filho nenhum chorando no berço, mas depois de muito tempo me negligenciando pelas crianças comecei a achar que não faria mal se chorassem um pouco no carrinho ao meu lado enquanto terminava de comer.
Algumas coisas sobre os sons são engraçadas como, por exemplo, as muitas vezes confundimos a sirene de ambulância vinda da rua com o choro do bebe (e nisto eu não estava sozinha, marido também esperava um pouco para saber se era o som da rua ou não).
Dois bebes num espaço de um ano e meio. Duas crianças que quando precisam choram muito bem. Falam e gritam. Perguntam 500 vezes as mesmas coisas. E nunca tive problema com isso, na verdade como disse, na minha vida as coisas sempre foram muito tensas, como rejeitei o uso de aparelhos até os 17 anos, ficava sempre em estado de alerta para tentar perceber se alguém estava falando comigo. No vídeo de aniversário de 80 anos da minha avó, eu devia estar com 13 anos, todos olham para frente, para a câmera e eu estou procurando referencias do que fazer, olhando para os lados e para trás. Lembro de ver minha vó falando, mas não entendendo uma palavra sequer, fico a espera do sinal que vai me mostrar que é hora de levantar a taça. Hoje isto não acontece assim por causa dos aparelhos mais potentes consigo relaxar um pouco e confiar no som, mas não quando estou em um local com muito ruído, num barzinho, numa reunião cheia de pessoas. E se as crianças estão comigo, fico perto o tempo todo, pois sei que não vou conseguir discriminar o som de qualquer chamado.
 E a maternidade não amenizou isso, cuidar de duas crianças e como ter olhos nas costas. Com eles estou atenta o tempo todo, onde estão, se estão por perto. Meu filho está com 5 anos e minha filha com 3 anos, percebo que é difícil ainda compreender o que é “não ouvir” quando se ouve tão bem.
E não me arrependo, pois meus filhos continuam sendo minha maior realização pessoal.

Já vi em alguns lugares filhos de pais surdos relatarem que é tenso viver com pais que não ouvem, pois os pais passem a ser alvo de preocupação e cuidado muito cedo para os filhos. Espero que eles sejam muito tranquilos quanto a isto. Afinal, ando São Paulo por todos os cantos, faço tudo por minha própria conta e não quero ser alvo de preocupação deles.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O que é Deficiência Auditiva.

Para entender um pouco o que é a deficiência auditiva acho importante que as pessoas entendam o que é. Entendam que acontece por diversos motivos e que em boa parte dos casos pode ser superada. 
A deficiência auditiva é definida pela diminuição da capacidade de percepção normal dos sons.
Parcialmente surdo  é uma nomenclatura pouco usada, mas a que define o individuo cuja audição é deficiente, mas  ainda é funcional com ou sem prótese, e que apresenta dificuldade no entendimento e a percepção da fala e outros sons.  Difere do surdo que é aquele cuja audição não é funcional e há perda total da percepção dos sons.
A cada 10 mil crianças nascidas, vinte têm problemas de audição. Pesquisas comprovam que a deficiência auditiva é a doença mais frequente no período neonatal, superando inclusive as patologias encontradas pelo Teste do Pezinho. Por isso, a importância do Teste da Orelhinha.
No Brasil uma em cada mil crianças nasce profundamente surda, atualmente o teste da orelhinha é obrigatório e gratuito nas maternidades e hospitais do país e pode ser realizado até 48 hs após o nascimento bebê. Este exame é realizado de 5 á 10 minutos enquanto o bebê está dormindo e não oferece qualquer desconforto. Embora alguns pais não reconheçam a importância do exame, a rapidez na detecção de problemas auditivos melhora as chance de a família e acriança iniciarem um tratamento adequado.
Caso o resultado do exame seja negativo e mostre anormalidade na triagem auditiva, o bebê deverá ser encaminhado para uma avaliação mais complexa, chamada avaliação otorrinolaringológica, além dos exames complementares. O especialista deverá identificar a gravidade da perda auditiva e encaminhar para o tratamento, orientar a família sobre o uso de aparelhos de amplificação sonora (AASI) ou implante coclear (IC), alem de terapia com fonoaudiólogo e psicólogo.


Existem 2 tipos principais de problemas auditivos. O primeiro tipo afeta o ouvido externo ou médio e provoca dificuldades auditivas “condutivas” (também denominada de “transmissão”) normalmente tratáveis e curáveis. Outro tipo envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo são chamadas de neurossensorial, este tipo de surdez é irreversível.

A deficiência auditiva pode ser congênita ou adquirida. E a forma de superar a perda auditiva acontece pelo uso de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) ou Implante Coclear.
No meu caso sou parcialmente surda. Tenho perda auditiva bilateral neurossensorial, de moderada a severa, supero minha perda com uso de AASI. E acho muito importante que os ouvintes aprendam a cuidar da audição.

domingo, 16 de novembro de 2014

Ouvindo São Paulo?

Olá pessoal,
Muitos de vocês já me conhecem pelo blog sobre psicologia, este, pretende ser um blog pessoal e mais direcionado para as situações que vivencio como deficiente auditiva.
Falar sobre deficiência auditiva não costuma ser uma coisa fácil, diferente de quem usa óculos, muitas vezes os Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) ficam escondidos, e assim como ninguém chega se apresentando com dificuldade visual, ninguém se apresenta com dificuldades auditivas. Isto é parte do problema, a outra parte é que simplesmente não fomos educados para lidar com a deficiência, seja a nossa, seja a deficiência alheia.
Até 2009, eu não conhecia ninguém que compartilhasse das mesmas dificuldades que eu. Não sabia como falar com alguém sobre isso, ou o que falar, eu sempre tinha a impressão que era uma coisa muito pessoal, muito minha, os deficientes auditivos deveriam estar em algum lugar do mundo que eu não conhecia. Embora tenha feito curso de LIBRAS a falta de pratica caiu no mais profundo esquecimento, nunca me senti parte deste mundo sinalizado. Em 2009 conheci os blogs da Paula Pfeifer e depois o da Lak Lobato. Os anos em que fiz Psicoterapia foram muito importantes para a aceitação da minha deficiência, melhora da minha auto estima, para a aceitação do uso de AASI e exploração disto, que as vezes parece uma vantagem e não uma deficiência. Mas conversar com outras pessoas sobre isso e que passam pelas mesmas coisas que eu, foi que realmente fizeram com que eu me sentisse parte do mesmo mundo de todos os outros. Falar sobre minhas vivencias é uma tentativa de aproximar mais as pessoas que transitam entre o mundo do silencio e o mundo sonoro, acolher as dificuldades e mostrar que não estamos sozinhos, temos experiencias que podem ser únicas, mas que podem ser semelhantes e saber dessas semelhanças é que faz com que nos sintamos "normais" ou pertencentes ao mesmo universo.
Ouvindo São Paulo é a forma como resolvi marcar minhas vivencias pessoais. Nasci em Jaú (interior do estado), provavelmente com alguma perda, eu era um bebe calmo e dorminhoco. Minha mãe teve uma rubéola fraca durante a gestação e provavelmente foi o que afetou minha audição. Nem portas e janelas me acordavam, mas eu aprendi a falar no tempo certo, mesmo tendo falado por muito tempo errado. E a leitura labial foi minha grande aliada, meu diagnostico de deficiência auditiva veio por volta dos 10 anos de idade e até os 17 anos não aceitei o uso do AASI por vergonha. Não queria parecer diferente das outras pessoas. Aos 18 me mudei para Campinas para estudar Psicologia. Em 2001 vim para São Paulo. Entre 2002 até 2006 morei em Jaú e fiz varias indas e vidas para a capital e em 2007, com casamento fixei residencia. São Paulo é uma cidade barulhenta. As vezes tenho a impressão que as buzinas no transito diminuíram, mas ainda acho o barulho do Metro muito alto e desagradável. E ali no meio da Avenida Paulista, entre tanto concreto e vai e vem das pessoas ao telefone e dos carros, tem um músico ou a risada de uma criança. Ouvir é bom demais.

Sejam bem vindos,
Raquel.